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De que forma a tecnologia influencia o desenvolvimento da linguagem?

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Atualmente há cada vez mais crianças portuguesas a visualizar vídeos em português do brasil. Estas duas línguas apresentam algumas diferenças e a exposição ao português do brasil pode representar um perigo para o desenvolvimento da linguagem.

Apresentamos, de seguida, algumas dessas diferenças:

Fonética (forma como se pronunciam as palavras) – alguns exemplos:

-No português do brasil, o som /r/ no final da palavra é omitido, como é o caso de “fazê”, “comê”, “trabalhá”, “computadô”, que em português se pronuncia “fazer”, “comer”, “trabalhar”, “balde”;

-O som /l/ , quando aparece no fim da palavra, lê-se com o som de “u”, ou seja:  “anéu”, “méu”, “dificiu”, “báude”. Por sua vez, o Português Europeu mantém a fonética do som /l/: “anel”, “mel”, “difícil”, balde”;

 

Gerúndio
- No português europeu, a utilização do gerúndio não é comum independentemente do tempo verbal – “Estou a fazer um trabalho”. No português brasileiro é muito frequente – “Estou fazendo um trabalho”;

 

Pronomes

- A ordem de utilização dos pronomes nas duas línguas não é a mesma. No português europeu utilizam-se depois do nome - “Faz-me um favor!” e, no português do brasil utilizam-se antes do nome - “Me faz um favor!”;
- No português europeu, utiliza-se o pronome “tu” em conversa com amigos, família e em situações informais e, numa relação mais formal, retira-se o pronome e conjuga-se o verbo na terceira pessoa do singular, enquanto no português do brasil utiliza-se “você” em todas as situações;


Vocabulário
- Também o significado de algumas palavras sofre alterações de uma língua para a outra. Por exemplo, no português europeu dizemos “telemóvel”, “autocarro”, “comboio”, “chávena”; Português Brasileiro – “celular”, “ônibus”, “trem”, “xícara”;

 

Ortografia
- Na ortografia também é possível verificar algumas diferenças, por exemplo, no português europeu escreve-se “receção”, enquanto no português do brasil se escreve “recepção.

 

Vivemos na era da tecnologia, que nos permite poupar tempo e que nos facilita grande parte das tarefas domésticas e laborais. As crianças parecem já nascer com uma predisposição para a correta utilização destes aparelhos. No entanto, nos últimos tempos tem-se verificado o aumento significativo de crianças com dificuldades na linguagem, devido ao uso excessivo de sistemas eletrónicos.

Reverter esta situação cabe-nos a nós, adultos/pais/professores/educadores/terapeutas, controlando os conteúdos que as crianças têm acesso e também o tempo de exposição a esses mesmos conteúdos.