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Motricidade fina: o que devo saber para ajudar o meu filho

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Falar sobre motricidade fina é falar sobre a nossa capacidade para utilizar os nossos braços, mãos e dedos. Nela, estão incluídas várias ações: alcançar, agarrar, carregar/transportar, largar voluntário, uso bilateral das mãos, manipulação na mão e destreza. Estas ações irão depender das caraterísticas do objeto e da capacidade da criança para interagir com ele.

Desde que nasce, a criança começa a desenvolver a sua motricidade fina, que é essencial para a execução de várias atividades no nosso quotidiano, como vestir, lavar, comer, escrever, pintar ou desenhar. Quando as competências da motricidade fina não são desenvolvidas como esperado – o que se manifesta quando a criança tem dificuldade em cortar com a tesoura, pintar dentro dos contornos, pegar no lápis, comer com talheres, abotoar botões, etc. –, a criança vê o seu desempenho diminuído, afetando a sua autoestima, o seu autoconceito e a própria aprendizagem escolar.

Para que tudo corra pelo melhor, é necessário que determinadas competências do desenvolvimento global estejam maduras: a consciência do corpo, a estabilidade postural, a coordenação dos dois lados do corpo, o planeamento motor, a regulação da estimulação do ambiente, o processamento da informação tátil, a perceção do movimento, o controlo ocular e a perceção visuoespacial.

Existem várias pistas que nos levam a crer que possam existir dificuldades neste âmbito. Uma delas é se a criança não gosta de atividades que exijam coordenação dos olhos com as mãos (por exemplo, construções com blocos ou puzzles) ou se tem dificuldades em realizar tarefas de autocuidado de forma autónoma em comparação com crianças da mesma idade (lavar os dentes, apertar os cordões, abotoar os botões, fazer nós, etc.). Outras pistas incluem a criança não pegar corretamente no lápis ou na caneta, escrever de forma muito lenta ou rápida, apresentando no final um trabalho pouco cuidado, cansar-se facilmente quando escreve ou demorar muito tempo a aprender uma tarefa nova que requeira o uso das mãos.

Os pais devem, pois, estar atentos para que quando haja uma suspeita de dificuldades de motricidade fina se possa encaminhar a criança para um técnico especializado. Desta forma, pode ser realizada uma avaliação e, se necessário, uma intervenção o mais atempada e eficaz possível.

Baseado no livro A criança e a motricidade fina – Desenvolvimento, problemas e estratégias, de Paula Serrano e Cira de Luque (2016), editora Papa Letras, 2.ª edição.